segunda-feira, 29 de junho de 2020

SEMANA 1 O Ser humano (Monstro ou gênio?)





Saudações! 

PET volume II na área, flertando com a "Antropologia Filosófica", que vimos lá na primeira aula (O assunto é praticamente o mesmo, veja completo clicando aqui ), vamos aprofundar e relembrar os conceitos:


“Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino”.
BEAUVOIR, S. O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980

Ao afirmar que “a mulher não nasce mulher” a questão tem caráter antropológico que envolve existencialismo, cultura, etc ... Mas antes de abordar a colocação de Simone de Beauvoir, vamos ver as bases que nos levaram a essa temática:

“Tornar-se homem” - Imagine uma criança humana que seja largada no meio da floresta e sobreviva, por uns dez anos sem nenhum contato com a sociedade humana. Um dia, ela é encontrada pela civilização, as pessoas vão encontrara uma criança normal?
Óbvio que não! Essa criança humana em existência, não foi criada e não adquiriu a “cultura humana”.

Assim, nos deparamos com a questão do “Homem não nasce homem” pois precisa da “educação” para se “humanizar”.

Veja o vídeo do Nerdologia sobre exatamente esse assunto (As dificuldades de um "Tarzan de verdade":



Natureza e cultura - A diferença essencial da criatura humana com outros seres vivos se da existência da “razão”, o ser humano é um “ser racional”.

Os animais vivem em harmonia com a natureza, pois seus instintos são regidos por leis biológicas, por outro lado, o “homem” é transformador da natureza e o resultado dessa transformação chama se “cultura”.

Os animais não alteram significativamente a natureza ao contrário do ser humano que afeta radicalmente o espaço ao ponto de causar até mesmo desequilíbrios ambientais.

Logo, compreendemos a fala de Simone de Beauvoir, sabemos que o ser humano nasce biologicamente de um tipo, mas a crença de como agir é uma construção humana, passada por meio da educação.



Afinal, usar a cor rosa é coisa de mulher e azul é cor de homem? Isso é natural ou uma criação humana? Obvio que é uma criação humana, precisamente da moda (Um revista de moda infantil americana, a Earnshaw em 1918)

O ser humano tem os mesmos instintos que os animais mas tem consciência, para orientar no controle de si mesmo. A sociedade humana surge pois o ser humano é o ser capaz de criar “leis”, regras para viver em comunidade.

Sobre as questões do PET:

1 - Pede que você encontre exemplos de ação instintiva e ação inteligente. Vimos que o ser humano é essencialmente animal, mas temos a inteligencia que nos diferencia deles e nos guia, qual ação um ser humano faz que você consideraria "instintiva" (Essa natureza animal nossa)  e qual ação só é possível pelo fato dele ser um animal "racional" pu seja, que usa a inteligencia?

2 - Refletindo sobre a questão da natureza e cultura, volte-se para o subtitulo "monstro ou gênio?". Como descrever essa condição especial que é o ser humano enquanto "animal racional": (Se tiver dificuldades, faça primeiro a questão 3, o raciocínio é o mesmo e deve ajudar).

3 - Se ursos são grandes e fortes, leões tem suas garras e vários outros animais tem suas ferramentas de sobrevivência, até o menor pode ser um perigo (Quanto menor a aranha mais forte seu veneno) o ser humano seria o mais fraco das criaturas, mas não, o que nos torna tão especiais ao ponto de sobrepujar as "vantagens" das outras criaturas?



terça-feira, 16 de junho de 2020

Plano tutorado – Projeto de Vida - E.E Professor Soares Ferreira





Saudações!

Nos conteúdos finais dos Pets, vocês se depararam com temáticas muito filosóficas: 

O “Plano tutorado – Projeto de Vida” vai ser reportado ao professor de Filosofia.

As atividades devem ser enviadas para o email: filosofiaprofmarcos2020@gmail.com

Coloque no título, turma, “PV” e nome, exemplo: “3e2 PV Marcos André”.
Lembrem-se, estou disponível em tempo integral, podem tirar dúvidas a qualquer momento ...

Para finalizar, uma ótica um pouco “diferente” sobre os temas abordados:




Ao fazer as atividades, vocês já estão criando seu portfolio que é um dos objetivos para averiguar a efetiva participação nesse projeto.

 (Portfólio é uma lista de trabalhos de um profissional, empresa ou estudante. É uma coleção de todo o trabalho em andamento relacionado com o alcance de um objetivo. Customize a capa, faça colagens, escreva bastante, cite poesias, textos de livros, frases interessantes).

Atividade de Filosofia

Saudações!

Estou enviando as atividades extras de Filosofia dos PETs.

Atividade de revisão dos PETs de Filosofia - 2º anos 2020

1 Qual a diferença entre Moral e ética respectivamente?
2 Como podemos diferenciar a ideias de Kant e Nietzsche me relação à moral?
3 Explique a diferença essencial entre Hobbes e Rousseau:
4 De exemplos que diferenciam o pensamento político de Hobbes e Locke:
5 Explique a frase: “Não é consciência que determina a existência, mas a existência que determina a consciência” (Marx).

segunda-feira, 8 de junho de 2020

SEMANA 4 Verdade e validade (Lógica)


E se eu te disser que a nossa estrutura de pensamento não é tão natural assim? que o Ser humano criou/desenvolveu o pensamento racional?  Parece estranho mas tem sentido e vamos ver isso:



Conhecimento, pensamento e Lógica

Já que o pensamento é a manifestação do conhecimento e que este busca a “verdade”, É preciso estabelecer algumas “regras” para esta meta.
Assim a Lógica é o ramo da Filosofia que cuida do bem pensar, ou “pensar correto” a fim de se chegar aos conhecimentos “verdadeiros”.

Um Pouco de história:

A lógica foi um sistema elaborado por Aristóteles 384/322 a.C que deparando –se com todo conhecimento anterior a ele (Pré-socráticos, sofistas, etc.) sentiu que antes de prosseguir nas “especulações racionais da filosofia”, tinha que “descobrir” e trilhar o caminho coerente da lógica.



Alguns conceitos:

Raciocínio lógico – É uma operação discursiva do pensamento que consiste em encadear logicamente juízos e tirar uma conclusão.

Silogismos – É um raciocínio que de suas preposições conclui uma terceira.

Premissas – Um dos conceitos apresentados no argumento.

(A seguir você vai ver nos tipos de raciocínio essa estrutura, de dois argumentos e uma conclusão, isso é um silogismo, enquanto que as premissas são os argumentos dentro desses silogismos)

Tipos raciocínio:

Raciocínio dedutivo – É um raciocínio que parte de um proposição geral e conclui uma particular, ou seja, deriva um elemento de um todo.

Exemplo:
“Todo metal é dilatado pelo calor;
A prata é um metal;
Logo, a prata dilata com o calor”

Raciocínio indutivo – É o raciocínio que parte de um numero suficientes de casos particulares para concluir uma “verdade geral” (Partindo da experiência sensível, é o método base das ciências)

Exemplo:  
“O Cobre que é um metal conduz eletricidade;
Prata, ouro que também são metal, conduzem eletricidade;
Logo, TODO metal conduz eletricidade”

Raciocínio analógico – é um tipo de raciocínio indutivo, pois baseia-se em na semelhanças d e casos para concluir algo, contudo, não oferece certeza alguma.


Sofismas – Lembra dos nossos Sofistas, os “inimigos dos filósofos”? Pois bem, eles eram mestres na arte da retórica, convencer as pessoas de suas ideias, mesmos que não fossem verdadeiras. Esses “argumentos capciosos” são “falácias”, ou “Silogismo sofistico”, são raciocínios que podem se basear em premissas verdadeiras (argumentos) mas nós levam a uma conclusão falsa. Era assim que esses pensadores enganavam as pessoas por meio de ideias e argumentos.

Falácias -  São formas de argumento que parecem válidas, mas, ao serem examinadas minuciosamente percebe-se que não são; por exemplo: todas as crianças gostam de bala. Pedro é uma criança. Logo, Pedro gosta de bala. Este raciocínio parece estar correto, mas é uma falácia, porque a premissa maior parte de um pressuposto falso. Podemos dizer que a maioria das crianças gostam de bala, mas não podemos dizer que são todas.

De forma bem humorada, vamos entender, veja o vídeo: 



Mais do que nunca, devemos estar muito atentos a esse tipo de coisa hoje em dia (Sofismas/falácias), você pode não saber, mas é bombardeado por ideias assim, que te convencem de mentiras com algum argumento que tenha certa verdade ou sentido ... Fique atento.

Para finalizar, se pensar racionalmente é uma regra que o ser humano adotou, e a loucura?





Ludologia – A vida é um Jogo?








O historiador holandês Johan Huizinga, publicou em 1938 um livro chamado “HomoLudens”, que a borda os “jogos” como um fenômeno cultural que seria inato ao próprio ser humano.
Como assim? O ser humano não criou o jogo em si, essa caráter “lúdico” (Brincar, diversão etc) estaria enraizado nos próprios instintos, tanto que se pode presenciar a “brincadeira” no mundo animal. Huizinga compreendeu que os jogos fazem parte da sociedade humana por uma necessidade instintiva.

Nos jogos, as pessoas voluntariamente se propõe a seguir regras e limites, ou seja, em uma atividade “livre”, por escolha, a própria pessoa decide seguir regras “obrigatórias”.

A ideia de jogo inspirou toda uma área de estudo sobre esse fenômeno, a Ludologia:

A Palavra “ludos” tem um sentido de “brincar”, mas também de “apreender”, por isso que se voltarmos para o mundo animal, podemos perceber que nos momentos em que cães, gatos, lobos etc, “brincam, eles estão também, “aprendendo” a brigar quando for necessário.

(Daí a ideia da contribuição da Ludologia para a educação).

Por que uma pessoa, em seu tempo livre, decide jogar um “simulador de trabalho”? Seja ser fazendeiro, caminhoneiro etc. Ou mesmo, um simulador de vida como os jogos “The sims”?

Se você se cansar da sua vida no jogo, você simplesmente desliga ou inicia outro, algo que você não tem opção se tratando da “vida real”.

(Note que nessa concepção, um jogador de futebol não está “jogando”, ele está trabalhando, pois não pode escolher parara ou “jogar” a hora que quiser, ele é um “profissional” diferente do indivíduo que marca com seus amigos e pode simplesmente não aparecer rs)

Por mais que jogos simulem a vida, a vida não pode ser compreendida como um jogo. Contudo, os jogos inspiram varias características da sociedade ...

Quando paramos para refletir sobre coisas simples como os “jogos” percebemos que nada é tão simples não é mesmo? Por isso que existem áreas de estudo como a Ludologia, que estuda os jogos em si.


Ficou curioso e quer ler o livro? Clique aqui.

terça-feira, 2 de junho de 2020

SEMANA 3 Corpo e Psiquismo





Entendemos que o “conhecimento” é o saber acumulado pela humanidade. Contudo dentro da Epistemologia temos outra concepção: Para se chegar à “verdade” devemos conhecer, e o conhecimento é uma relação entre “sujeito” (razão) e o “objeto” (Experiência).
E qual seria o mais importante? A discussão é antiga:

Para Platão, “O corpo é o obstáculo do conhecimento” ou seja, só chegamos à verdade por meio da razão enquanto que o corpo e tudo o que representa (Paixões, doenças etc) cria empecilhos para nossa mente.
Exemplo: Imagine aquele conhecido que está apaixonado por uma pessoa mal caráter, Todo mundo a sua volta pode dizer que está cometendo um engano, mas ele se recusa a “enxergar” a verdade, por que?  A paixão e os sentimentos atrapalham o seu julgamento...

Em contra partida, o mais famoso discípulo de Platão, Aristóteles, sustentava que: “Tudo o que há em minha mente, passou primeiramente por meus sentido” ou seja, todo o conhecimento que temos é resultado da experiência sensível (Corpo).
Exemplo: Nem todas as pessoas sabem o que é um “Pégaso”, não há nada na mente da pessoa sobre isso se ela desconhece, mas quando você diz que um Pégaso é um cavalo com asas (mitologia), “surge” na mente dela a informação, pois ela “ouviu” a sua descrição e ela já viu um cavalo e asas, assim ela junta essas informações apreendidas pelo corpo e forma o conceito em sua mente.

Qual das duas teorias estaria mais correta? Essa é a base para o conflito entre Racionalistas e Empiristas.



Racionalistas e Empiristas:

O principal pensador do Modernismo, René Descartes, chegou à conclusão de que no mundo haveria apenas duas substâncias:  Res cogitans (A consciência, a mente, a razão etc) e a Res extensa (Correspondendo ao mundo material, corpóreo etc).



Acrescentou que o pensamento é mais importante do que a matéria, pois algo só é conhecido por meio da dedução da mente. Tal concepção coloca o nome de Descartes entre os “Racionalistas”, corrente filosófica que sustenta a origem do conhecimento é por meio da “razão”. 




Descartes sustentava inclusive a existência de “ideias inatas”, ou seja, que o ser humano já nasce com algo dentro dele independente da experiência com o mundo. Um bom exemplo disso seria a concepção de “talento”. 

Contrariando essa ideia, David Hume (1711 – 1776) foi crítico do racionalismo dogmático (Crença de que a razão pode nos levar às “verdades absolutas”) do século XVII e do “inatismo cartesiano” e defendeu outra tese:
“Todo o conhecimento deriva da experiência sensível, ou seja, tudo o que há em nossa mente psíquica são “percepções”:

1 -  As impressões (Informações apreendidas pelos sentidos)
2 – As ideias (imaginação, memorias etc)

Assim, toda ideia é apenas uma reapresentação de alguma impressão.



Por essas ideias, Hume é enquadrado no grupo de pensadores chamados de Empiristas, vertente filosófica que defende a construção de conhecimento com base na experiência. A origem etimológica é a palavra grega "empeiria", cujo sentido é “experiência” em nossa língua. 
Outro grande nome do Empirismo, John Locke, afirmou que somos como uma folha em branco ao nascer, que é preenchida na medida em que experimentamos a realidade que nos cerca.



Posteriormente,  na visão do filósofo alemão Kant, o conhecimento é resultado da interação entre conceitos inatos e dados sensoriais brutos. Em síntese, qualquer conhecimento requer forma e conteúdo. A forma é fornecida pelas estruturas inatas e o conteúdo pelos dados sensoriais.



Assim, Kant faz uma síntese do conflito de ideias entre Racionalistas e Empiristas, alegando que tanto a razão e a experiência são essências para o conhecimento.

Tendo tudo isso em mente, podemos adentrar no terreno da Fenomenologia:

Edmund Husserl (1859 - 1938) formulou o método de investigação  filosófica conhecido como Fenomenologia (ciência dos fenômenos):

 O fenômeno (Seria "Coisa que aparece") passou a ser observado e descrito rigorosamente como se oferece aos sentidos (corpo) e consciência (razão). Assim, a fenomenologia apresenta-se como investigação das "experiencias conscientes".

Nós existimos enquanto "seres conscientes", essa "consciência" se dá pela relação que temos entre nossa razão e toda a experiencia que o mundo oferece, logo: 

"A consciência sempre é consciência de alguma coisa".

Assim a fenomenologia reflete sobre a consciência em si, enquanto ela mesma é fruto de nossa interação com as coisas (mundo, pessoas, sentimentos etc).


Tendo isso em mente, você diria que a matemática sempre existiu ou é o ser humano que a criou? (É a pulga atrás da orelha que lhes deixo hoje rs)