terça-feira, 2 de junho de 2020

SEMANA 3 Corpo e Psiquismo





Entendemos que o “conhecimento” é o saber acumulado pela humanidade. Contudo dentro da Epistemologia temos outra concepção: Para se chegar à “verdade” devemos conhecer, e o conhecimento é uma relação entre “sujeito” (razão) e o “objeto” (Experiência).
E qual seria o mais importante? A discussão é antiga:

Para Platão, “O corpo é o obstáculo do conhecimento” ou seja, só chegamos à verdade por meio da razão enquanto que o corpo e tudo o que representa (Paixões, doenças etc) cria empecilhos para nossa mente.
Exemplo: Imagine aquele conhecido que está apaixonado por uma pessoa mal caráter, Todo mundo a sua volta pode dizer que está cometendo um engano, mas ele se recusa a “enxergar” a verdade, por que?  A paixão e os sentimentos atrapalham o seu julgamento...

Em contra partida, o mais famoso discípulo de Platão, Aristóteles, sustentava que: “Tudo o que há em minha mente, passou primeiramente por meus sentido” ou seja, todo o conhecimento que temos é resultado da experiência sensível (Corpo).
Exemplo: Nem todas as pessoas sabem o que é um “Pégaso”, não há nada na mente da pessoa sobre isso se ela desconhece, mas quando você diz que um Pégaso é um cavalo com asas (mitologia), “surge” na mente dela a informação, pois ela “ouviu” a sua descrição e ela já viu um cavalo e asas, assim ela junta essas informações apreendidas pelo corpo e forma o conceito em sua mente.

Qual das duas teorias estaria mais correta? Essa é a base para o conflito entre Racionalistas e Empiristas.



Racionalistas e Empiristas:

O principal pensador do Modernismo, René Descartes, chegou à conclusão de que no mundo haveria apenas duas substâncias:  Res cogitans (A consciência, a mente, a razão etc) e a Res extensa (Correspondendo ao mundo material, corpóreo etc).



Acrescentou que o pensamento é mais importante do que a matéria, pois algo só é conhecido por meio da dedução da mente. Tal concepção coloca o nome de Descartes entre os “Racionalistas”, corrente filosófica que sustenta a origem do conhecimento é por meio da “razão”. 




Descartes sustentava inclusive a existência de “ideias inatas”, ou seja, que o ser humano já nasce com algo dentro dele independente da experiência com o mundo. Um bom exemplo disso seria a concepção de “talento”. 

Contrariando essa ideia, David Hume (1711 – 1776) foi crítico do racionalismo dogmático (Crença de que a razão pode nos levar às “verdades absolutas”) do século XVII e do “inatismo cartesiano” e defendeu outra tese:
“Todo o conhecimento deriva da experiência sensível, ou seja, tudo o que há em nossa mente psíquica são “percepções”:

1 -  As impressões (Informações apreendidas pelos sentidos)
2 – As ideias (imaginação, memorias etc)

Assim, toda ideia é apenas uma reapresentação de alguma impressão.



Por essas ideias, Hume é enquadrado no grupo de pensadores chamados de Empiristas, vertente filosófica que defende a construção de conhecimento com base na experiência. A origem etimológica é a palavra grega "empeiria", cujo sentido é “experiência” em nossa língua. 
Outro grande nome do Empirismo, John Locke, afirmou que somos como uma folha em branco ao nascer, que é preenchida na medida em que experimentamos a realidade que nos cerca.



Posteriormente,  na visão do filósofo alemão Kant, o conhecimento é resultado da interação entre conceitos inatos e dados sensoriais brutos. Em síntese, qualquer conhecimento requer forma e conteúdo. A forma é fornecida pelas estruturas inatas e o conteúdo pelos dados sensoriais.



Assim, Kant faz uma síntese do conflito de ideias entre Racionalistas e Empiristas, alegando que tanto a razão e a experiência são essências para o conhecimento.

Tendo tudo isso em mente, podemos adentrar no terreno da Fenomenologia:

Edmund Husserl (1859 - 1938) formulou o método de investigação  filosófica conhecido como Fenomenologia (ciência dos fenômenos):

 O fenômeno (Seria "Coisa que aparece") passou a ser observado e descrito rigorosamente como se oferece aos sentidos (corpo) e consciência (razão). Assim, a fenomenologia apresenta-se como investigação das "experiencias conscientes".

Nós existimos enquanto "seres conscientes", essa "consciência" se dá pela relação que temos entre nossa razão e toda a experiencia que o mundo oferece, logo: 

"A consciência sempre é consciência de alguma coisa".

Assim a fenomenologia reflete sobre a consciência em si, enquanto ela mesma é fruto de nossa interação com as coisas (mundo, pessoas, sentimentos etc).


Tendo isso em mente, você diria que a matemática sempre existiu ou é o ser humano que a criou? (É a pulga atrás da orelha que lhes deixo hoje rs)

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