domingo, 20 de dezembro de 2020

PET 7 SEMANA 4 Modernidade líquida!

Saudações! E finalmente o simpático Bauman dá as caras no nosso conteúdo!

Vamos lá:  

O simpático Zygmunt, sociólogo polonês, faleceu em janeiro de 2017, aos 91 anos com mais de 50 obras e diversos artigos se dedicam a temas como o consumismo, a globalização e as transformações nas relações humanas.

Baumam é considerado um dos sociólogos de maior influência na atualidade. Não se enquadrava em nenhuma tradição intelectual especifica e isso leva seus escritos para um vasto leque de disciplinas: mídia, cultura, ética, política, filosofia, etc.

A sociedade pós-moderna

Ao refletir sobre a pós-modernidade e discutir as transformações do mundo moderno, o sociólogo usou o termo “modernidade líquida”, ao considerar a “pós-modernidade” um conceito ideológico (Em um sentido amplo, Ideologia é um conjunto de ideias destinadas a orientar a ação das pessoas).

Caracterizado pela industrialização e o capitalismo, desde o final do século XIX, passamos a viver em uma fase chamada “modernidade”. Bauman chamou a primeira fase de “modernidade sólida” e hoje vivemos na “modernidade líquida”.

“Escolhi chamar de ‘modernidade líquida’ a crescente convicção de que a mudança é a única coisa permanente e a incerteza a única certeza”

O “líquido” é uma metáfora para ilustrar o estado das constantes mudanças da modernidade: facilmente moldáveis e adaptáveis além de manter suas propriedades originais. Para Bauman, as formas de vida moderna se assemelham pela vulnerabilidade e “liguidez”, incapazes de manter a mesma identidade por muito tempo, o que reforça esse estado temporário das relações sociais.

Ser moderno significava buscar um ponto de perfeição e hoje representa o progresso constante, sem uma meta especifica a ser conquistada, pois nada é feito para durar.

 A sociedade do consumo

Bauman observa que saímos de uma sociedade de produção para a sociedade de consumo.  O que levou ao novo sentido do ato de consumir:

Enquanto ideologias e instituições se tornaram instáveis, o consumo se tornou um elemento central na formação da identidade.

“Consumir” passou a ter um peso primordial na construção da personalidade individual não sendo mais pura satisfação de necessidades.

 O “ter” tornou-se mais importante que o “ser”. O desejo de um reconhecimento perante os outros agora está ancorado em “Marcas” e grifes que se tornam um símbolo de quem somos além da ostentação de um “status social”.

 “O problema não é consumir; é o desejo insaciável de continuar consumindo”

Temos inúmeras possibilidades de escolha e consumimos produtos que identifiquem um determinado estilo de vida e comportamento.  De certa maneira, temos acesso a tudo o que queremos, antagonicamente, as coisas se tornam rapidamente obsoletas.

O consumo vai além de bens matérias, uma vez que não há mais os “guias” que definiam a personalidade na fase da modernidade sólida, hoje, as pessoas buscam “orientação”, daí uma crescente busca por aqueles que podem instruir e caminhar, “coach’s”, terapeutas sexuais, psicanalistas, gurus etc.

O indivíduo na sociedade:

 A passagem da sociedade de produção para a sociedade de consumo para Bauman, fez com que nós deixássemos de pensar em termos de comunidade/coletivo, levando o significado e propósito da vida, da felicidade a tudo aquilo que acontece com cada pessoa individualmente.

 “A ideia de progresso foi transferida da ideia de melhoria partilhada para a de sobrevivência do indivíduo”.

 Logo, a sociedade contemporânea, caracteriza-se pelo individualismo e a efemeridade das relações diante da “fluidez”.

 Buscamos a felicidade, uma busca estritamente individual, criamos uma ansiedade para tê-la e esse estado de “prazer” é algo desejado, mas é uma sensação passageira e requer um estímulo contínuo.

Outra característica do indivíduo diante da sociedade atual é de maior emancipação em relação as gerações anteriores. Contudo, essa sensação de liberdade ao poder agir mais conforme o seus próprios desejos carrega a responsabilidade por seus problemas, o que não gerou um estado de satisfação.

 A Política:

O fim do modelo do Estado de Bem-Estar Social na Europa demonstra como o “Estado” perdeu força. Os serviços públicos estão sucateados e se deterioram levando muitas funções que eram do Estado, para a iniciativa privada, tornando-as responsabilidade dos indivíduos.  Assim, fica nítido que na modernidade líquida, existe uma maior separação do poder e a política.

Nesse contexto, ocorre a crise democrática pois os indivíduos começam a desacreditar da política. Afinal, as desigualdades sociais aumentam e os indivíduos devem lutar para se inserir nessa sociedade cada vez mais desigual. Os empregos mais instáveis levam as pessoas a não poderem planejar seu futuro a longo prazo.

 Bauman rompe com os conceitos de Marx: Não existe mais o “proletariado”, mas sim, o “precariado”, termo que se refere a pessoas cada vez mais escolarizadas (Exigência da modernidade), mas com empregos precários e instáveis. Logo, o que existe hoje em dia, é a luta de cada pessoa com a sociedade, não mais a “luta de classes”.

Toda essa instabilidade nos leva à insegurança, que por sua vez, seria parte estrutural da constituição do sujeito na pós modernidade, pois no mundo líquido, a sensação de segurança também é fluida ...

 "O medo é o demônio mais sinistro do nosso tempo"

 


 

 

 

 

 

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