domingo, 7 de março de 2021

Filósofas sim!

 


Saudações! Nada mais propício que nessa data em que celebramos o dia das mulheres, falemos aqui sobre estas dentro da história da Filosofia. Houve muitas delas, mas por razões culturais que podemos imaginar, não tiveram o destaque que mereciam.

Fala-se tanto em Sócrates (Reconhecido por muitos como o “pai da Filosofia”), mas sabia que ele teve duas professoras? Diotima e Aspacia! O que pode ter tudo a ver com a ideia de Sócrates (filho de uma parteira) de que a filosofia ajuda a “parir” as ideias ou a “verdade”, nomeando seu método de “Maiêutica” (parto).

Embora a discriminação sofrida pelas mulheres na história da Filosofia seja notável, algumas se destacaram pela busca da sabedoria e trilharam inclusive, os passos da ciência.

Mas por que ouvimos tão pouco delas? Eis a reflexão que quero lhes deixar ...

Sugestão de links:

Que tal uma lista de pensadoras?  https://pt.wikipedia.org/wiki/Mulheres_na_filosofia

“As mulheressempre existiram na Filosofia” - Entrevista com a filósofa Ruth Hagengrube:

https://diplomatique.org.br/as-mulheres-sempre-existiram-na-filosofia/  

Livro: Filósofas: apresença das mulheres na filosofia (Juliana Pacheco) -

https://www.editorafi.org/filosofas

Filme: Ágora de Alexandria – A incrível história de Hipátia -  

https://www.youtube.com/watch?v=ZIWRFY3X_RU

domingo, 10 de janeiro de 2021

Intervenção pedagógica sobre Avaliação diagnóstica de Filosofia (2° anos)

 


Intervenção pedagógica 

sobre Avaliação diagnóstica de Filosofia (2° anos)

Professor Marcos André

 

As questões mais erradas na avaliação diagnosticas referente ao conteúdo de Filosofia abordavam os seguintes tópicos:

·                          Delimitar as esferas do indivíduo, do social e do político.

·         Clarificar noções de lógica, proposição/juízo e raciocínio/argumento, a partir da distinção validade/verdade.

 

Para elucidar o assunto, segue o conteúdo de intervenção pedagógica:

                                                  Política

O ser humano é uma criatura que vive em comunidade, contudo uma das características que marcam esse aspecto, é a "Política":

A invenção da política é atribuída aso gregos e romanos pois estes desfizeram as características anteriores de poder despótico (baseado na “força”) ou patriarcal.

Os principais trações da invenção da política são:

·         Separar a autoridade pessoal do “poder público”;

·         Separar a autoridade militar do “poder civil”, subordinado a primeira à segunda (Assim, ações militares deveriam ser discutidas e votadas);

·         A separação da autoridade religiosa do “poder público” (Impedindo a divinização de governantes);

·         Criaram a ideia de “lei” como expressão da vontade coletiva;

·         Criaram o “fundo público”, recursos da comunidade para a comunidade;

·         Inventaram o “espaço público”, onde quem tinha direitos de cidadão “votavam” seus interesses.

 

A sociedade como conhecemos é fruto de toda uma construção através dos tempos. Daí, a teoria do “contrato social”, teoria segundo a qual, os seres humanos não teriam se unido “naturalmente” mas sim, por meio de um “pacto” social.

Por isso que política implica em “poder”, nós abrimos mão de certa liberdade e delegamos poder à alguém para que este mantenha a ordem e harmonia da comunidade.

E como deve ser esse poder?

O Absolutismo de Hobbes

Para Hobbes o “homem é lobo do próprio homem”, e no estado de natureza (Sem leis) vive em constante guerra de todos contra todos. A solução para esse caos seria o absolutismo político:

·         Poder deve se concentrar em único ponto, para evitar divergências;

·         Ocorre portando, fusão da autoridade religiosa e política;

·         Aos súditos (povo) cabe obedecer as leis;

·         O “estado” (poder) está acima dessas leis;

·         É proibida toda e qualquer rebelião (Mesmo que o estado vá contra a vontade do povo) tudo em nome de manter a ordem e harmonia.

 

Gostou? O estado deve ter poder absoluto em nome da paz, uma vez que a natureza do home é maligna e caótica?

 

Quem contraria essa afirmação é Jean Jacques Rousseau (1712-1778). Segundo ele, o a história não produziu pregresso mas sim, regresso do ponto de vista moral.

Para Rousseau, “O homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe”. O ser humano em seu “estado de natureza” é superior ao homem “civilizado” pois vive em harmonia com a natureza sem as necessidades supérfluas do homem moderno.

A decadência do ser humano em sociedade se deu em três momentos:

·         A invenção da “propriedade privada” que levaria à inveja, roubo, guerras etc

·         A criação da magistratura (escolas) que moldam as pessoas a fazerem parte dessa sociedade decadente;

·         A transformação do puro poder em autoridade.

 

Outro importante pensador que vai contrariar a tese de Hobbes é John Locke (1632 – 1704)

Conhecido por ser pregador da tolerância, “profeta” da separação entre estado e igreja e teórico da democracia, Locke formulou uma teoria em oposição ao absolutismo de Hobbes que é considerada ama das bases de nossa democracia atual, o Liberalismo.

Segundo o Liberalismo:

·         O contrato social deve ser estipulado pelo povo e o estado;

·         O estado deve garantir os diretos fundamentais do indivíduo: Vida, liberdade e propriedade;

·         O estado não está acima das leis, deve preserva-las;

·         O cidadão tem o direito à rebelião caso o Estado não cumpra o seu papel.

 

Bem diferente do absolutismo não é? Note que temos a necessidade dos três poderes (Legislativo, Judiciário e Executivo) justamente para evitar o poder absoluto e desmando de governadores ...

A lógica

A lógica foi desenvolvida por Aristóteles (384/322 A.C) que deparando-se com todo o acervo de pensamento anterior a ele, viu-se embaraçado com uma series de contradições algumas aparentes e outras reais.

Essas contradições tomaram vulto a partir dos Sofistas. Diante disto o filósofo reagiu elaborando o primeiro sistema lógico que por sinal mostrou-se útil até hoje.

A lógica é uma ciência abstrata. [Abstrato, desligada do mundo real aquilo que é puramente mental.]

O Raciocínio lógico

            Raciocinar é um ato próprio da razão. É um tipo de operação discursiva do pensamento que consiste em encadear logicamente juízos e deles tirar uma conclusão.

Quando nossos raciocínios ou argumentos são incorretos, caímos no que se chama Falácia ou Sofisma.

Tipos de raciocínio

Há três modos pelo qual podemos raciocinar:

  • Raciocínio Dedutivo: A dedução é um tipo de raciocínio que parte de uma proposição geral e conclui outra preposição geral ou particular que se apresenta como necessária, ou seja, que deriva logicamente das outras. (Exemplo: Todo metal é dilatado pelo calor. A prata é um metal. Logo, a prata é dilatada pelo calor.
  • Raciocínio indutivo: A indução é o raciocínio que após considerar um número suficiente de casos particulares conclui uma verdade. Exemplo: O cobre é condutor de eletricidade. E a prata, e o ouro, e o ferro. Logo, Todo metal é condutor de eletricidade.
  • Raciocínio analógico: É o raciocínio que se desenvolve a partir da semelhança entre casos particulares. Assim o raciocínio Analógico não oferece certeza apenas certa dose de probabilidade. Exemplo: Se o remédio fez bem para o filho dele, vai fazer bem para o meu.

 

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Correção da avaliação diagnóstica de FILOSOFIA dos 2º anos EJA

 


Correção da avaliação diagnóstica de FILOSOFIA dos 2º anos

As questões em vermelho foram as perguntas erradas com frequência:

1 - A importância do ensino de Filosofia, no Ensino Médio, está, dentre outros vários fatores, na possibilidade de propiciar ao aluno a condição de aprender a pensar. Dito isto, é CORRETO afirmar que: 

Resposta correta: a Filosofia, como uma disciplina acadêmica, firma-se como um objeto de indagação e investigação para os estudantes secundaristas.

2 - O mito é essencialmente uma narrativa (...) que não se define apenas pelo tema ou objeto da narrativa, mas pelo modo de narrar. (M. Chaui) O modo de narrar característico do pensamento mítico pode ser corretamente definido como uma forma que recorre:

ao mágico para descrever o mundo e o homem.

3 - Qual a relação entre Filosofia com Mito?

Resposta correta: De antagonismo, a Filosofia nasceu dos questionamentos aos Mitos em uma busca pela verdade.

4 - Moral e Ética, muitas vezes, na linguagem cotidiana, são tidas como sinônimos; porém, para a Filosofia, compõem áreas distintas do pensamento filosófico. Partindo desta constatação, estaria CORRETA a afirmação que se completa na alternativa:

Resposta correta: A Ética se aplica à disciplina filosófica que trata de estabelecer os fundamentos e a validade das normas morais e dos juízos de valor ou de apreciação sobre as ações humanas, qualificando-as de boas ou más.

5 - “A ética precisa ser compreendida como um empreendimento coletivo a ser constantemente retomado e rediscutido, porque é produto da relação interpessoal e social. A ética supõe ainda que cada grupo social se organize sentindo-se responsável por todos e que crie condições para o exercício de um pensar e agir autônomos. A relação entre ética e política é também uma questão de educação e luta pela soberania dos povos. É necessária uma ética renovada, que se construa a partir da natureza dos valores sociais para organizar também uma nova política”. O século XX teve de repensar a ética para enfrentar novos problemas oriundos de diferentes crises sociais, conflitos teológicos e contradições da realidade. Sob esse enfoque e a partir do texto, a ética pode ser compreendida como:

Resposta correta: Instrumento de garantia da cidadania, porque através dela os cidadãos passam a pensar e agir de acordo com valores coletivos.

6 - Qual a relação da Filosofia com a Ciência?

Resposta correta: A busca da Filosofia gerou as ciências. Hoje a Filosofia reflete criticamente sobre as finalidades e métodos da ciência.

7 - Como se relaciona o conhecimento da Filosofia e o do Senso Comum?

Resposta correta: A Filosofia faz uma reflexão crítica e busca o que há de válido no Senso Comum

8 -Leia o texto abaixo:                                                                                                                                                                               “A doutrina que lhes estou apresentando é justamente o contrário do quietismo, visto que ela afirma: a realidade não existe a não ser na ação; aliás, vai longe ainda, acrescentando: o homem nada mais é do que o seu projeto; só existe na medida em que se realiza; não é nada além do conjunto de seus atos, nada mais que sua vida”. SARTRE                                                                     Tomando o texto acima como referência, assinale a alternativa correta:

O existencialismo de Sartre é o contrário do quietismo, porque defende que a vida humana é feita a partir das ações e escolhas que cada ser humano realiza juntamente com outros homens. A vida do homem é um projeto que se realiza em plena liberdade.

9 - Para os principais pensadores da antiguidade defendiam que existe uma natureza humana e a plenitude do ser humano estaria no aperfeiçoamento da razão. Contudo, da perspectiva existencialista diz o contrário como vimos na celebre frase de Sartre: “A existência precede a essência”. Tal concepção significa que:

Resposta correta: O ser humano primeiramente existe, tem suas experiências de vida e daí vai formando sua essência, o seu “eu”;

10 - Segundo Martin Heidegger: “A transcendência significa o projeto e o esboço de um mundo, mas de tal modo que quem projeta é comandado pelo ente que transcende (mundo) e é antecipadamente modelado por ele.” Marque a melhor descrição de tal conceito:

Resposta correta: A transcendência é um ato de liberdade do Homem matéria.

 

domingo, 20 de dezembro de 2020

PET 7 SEMANA 4 Modernidade líquida!

Saudações! E finalmente o simpático Bauman dá as caras no nosso conteúdo!

Vamos lá:  

O simpático Zygmunt, sociólogo polonês, faleceu em janeiro de 2017, aos 91 anos com mais de 50 obras e diversos artigos se dedicam a temas como o consumismo, a globalização e as transformações nas relações humanas.

Baumam é considerado um dos sociólogos de maior influência na atualidade. Não se enquadrava em nenhuma tradição intelectual especifica e isso leva seus escritos para um vasto leque de disciplinas: mídia, cultura, ética, política, filosofia, etc.

A sociedade pós-moderna

Ao refletir sobre a pós-modernidade e discutir as transformações do mundo moderno, o sociólogo usou o termo “modernidade líquida”, ao considerar a “pós-modernidade” um conceito ideológico (Em um sentido amplo, Ideologia é um conjunto de ideias destinadas a orientar a ação das pessoas).

Caracterizado pela industrialização e o capitalismo, desde o final do século XIX, passamos a viver em uma fase chamada “modernidade”. Bauman chamou a primeira fase de “modernidade sólida” e hoje vivemos na “modernidade líquida”.

“Escolhi chamar de ‘modernidade líquida’ a crescente convicção de que a mudança é a única coisa permanente e a incerteza a única certeza”

O “líquido” é uma metáfora para ilustrar o estado das constantes mudanças da modernidade: facilmente moldáveis e adaptáveis além de manter suas propriedades originais. Para Bauman, as formas de vida moderna se assemelham pela vulnerabilidade e “liguidez”, incapazes de manter a mesma identidade por muito tempo, o que reforça esse estado temporário das relações sociais.

Ser moderno significava buscar um ponto de perfeição e hoje representa o progresso constante, sem uma meta especifica a ser conquistada, pois nada é feito para durar.

 A sociedade do consumo

Bauman observa que saímos de uma sociedade de produção para a sociedade de consumo.  O que levou ao novo sentido do ato de consumir:

Enquanto ideologias e instituições se tornaram instáveis, o consumo se tornou um elemento central na formação da identidade.

“Consumir” passou a ter um peso primordial na construção da personalidade individual não sendo mais pura satisfação de necessidades.

 O “ter” tornou-se mais importante que o “ser”. O desejo de um reconhecimento perante os outros agora está ancorado em “Marcas” e grifes que se tornam um símbolo de quem somos além da ostentação de um “status social”.

 “O problema não é consumir; é o desejo insaciável de continuar consumindo”

Temos inúmeras possibilidades de escolha e consumimos produtos que identifiquem um determinado estilo de vida e comportamento.  De certa maneira, temos acesso a tudo o que queremos, antagonicamente, as coisas se tornam rapidamente obsoletas.

O consumo vai além de bens matérias, uma vez que não há mais os “guias” que definiam a personalidade na fase da modernidade sólida, hoje, as pessoas buscam “orientação”, daí uma crescente busca por aqueles que podem instruir e caminhar, “coach’s”, terapeutas sexuais, psicanalistas, gurus etc.

O indivíduo na sociedade:

 A passagem da sociedade de produção para a sociedade de consumo para Bauman, fez com que nós deixássemos de pensar em termos de comunidade/coletivo, levando o significado e propósito da vida, da felicidade a tudo aquilo que acontece com cada pessoa individualmente.

 “A ideia de progresso foi transferida da ideia de melhoria partilhada para a de sobrevivência do indivíduo”.

 Logo, a sociedade contemporânea, caracteriza-se pelo individualismo e a efemeridade das relações diante da “fluidez”.

 Buscamos a felicidade, uma busca estritamente individual, criamos uma ansiedade para tê-la e esse estado de “prazer” é algo desejado, mas é uma sensação passageira e requer um estímulo contínuo.

Outra característica do indivíduo diante da sociedade atual é de maior emancipação em relação as gerações anteriores. Contudo, essa sensação de liberdade ao poder agir mais conforme o seus próprios desejos carrega a responsabilidade por seus problemas, o que não gerou um estado de satisfação.

 A Política:

O fim do modelo do Estado de Bem-Estar Social na Europa demonstra como o “Estado” perdeu força. Os serviços públicos estão sucateados e se deterioram levando muitas funções que eram do Estado, para a iniciativa privada, tornando-as responsabilidade dos indivíduos.  Assim, fica nítido que na modernidade líquida, existe uma maior separação do poder e a política.

Nesse contexto, ocorre a crise democrática pois os indivíduos começam a desacreditar da política. Afinal, as desigualdades sociais aumentam e os indivíduos devem lutar para se inserir nessa sociedade cada vez mais desigual. Os empregos mais instáveis levam as pessoas a não poderem planejar seu futuro a longo prazo.

 Bauman rompe com os conceitos de Marx: Não existe mais o “proletariado”, mas sim, o “precariado”, termo que se refere a pessoas cada vez mais escolarizadas (Exigência da modernidade), mas com empregos precários e instáveis. Logo, o que existe hoje em dia, é a luta de cada pessoa com a sociedade, não mais a “luta de classes”.

Toda essa instabilidade nos leva à insegurança, que por sua vez, seria parte estrutural da constituição do sujeito na pós modernidade, pois no mundo líquido, a sensação de segurança também é fluida ...

 "O medo é o demônio mais sinistro do nosso tempo"

 


 

 

 

 

 

domingo, 13 de dezembro de 2020

PET 7 SEMANA 3 Max Weber e a Ética protestante

Saudações! 

E não, não é Sociologia, estamos na Filosofia mesmo para abordar Max Weber:  


Considerado um dos autores mais influentes entre os pensadores da Sociologia Max Weber nascido em Efurt, na Alemanha (1864-1920) foi um dos fundadores da Associação Alemã de Sociologia.  Foi um intelectual, 
jurista e economista

Logo, seus trabalhos voltam-se para as mais diversas áreas, do pensamento político, do Direito, da História à Economia.

Essa característica acabou tornando-se altamente valorosa por razões obvias: O mundo social está ancorado direto com todos esses ramos que Weber dedicou seus trabalhos.

A génese do capitalismo moderno

Sua obra mais famosa são os dois artigos que compõem “A ética protestante e o espírito do capitalismo”, com o qual começou suas reflexões sobre a sociologia da religião.

Weber argumentou que a religião era uma das razões não-exclusivas do porquê as culturas do Ocidente e do Oriente se desenvolveram de formas diversas, demonstrando a importância de algumas características do protestantismo, que levariam ao nascimento do capitalismo

O capitalismo teria sua gênese na ideologia puritana e no calvinismo.

No século XVI a igreja perde o monopólio religioso na Europa, diante do protestantismo surge novas concepções culturais que seria a gênese do capitalismo segundo weber:

Notando que havia uma presença significativa de empreendedores e mão de obra mais qualificada entre os protestantes, Weber fez uma relação da esfera religiosa e as transformações da economia.

A explicação disso seria o “chamado” protestante

Pois enquanto a igreja católica encorajava uma visão da vida cotidiana e do trabalho como algo mundano, o protestantismo cobrava a responsabilidade do indivíduos no mundo.

Isso, porque com Lutero (1483-1546), vem a visão do cumprimento das atividades cotidianas como uma demonstração de reverência a Deus. Associando a ideia de ganhar o sustento e cumprir o dever religioso.

Essa perspectiva ganha força com Joao Calvino (1509 1564), que sustentando a ideia de um deus que tudo vê e sabe, nos leva a concepção de que os indivíduos estão ‘predeterminados” à salvação, mas não se sabe quem serão os “eleitos”;

Logo, surgiu uma “ansiedade pela salvação” segundo Weber, que culminou na adesão à noção de que os mais esforçados no trabalho, autocontrolados empreendedores etc, seriam os “recompensados”.

O inverso da ética protestante está representado em pecados com a preguiça e indolência, que por sua vez levam o indivíduo a fracassar e não prosperar.

Assim, Weber concluiu que o desenvolvimento do capitalismo está enraizado na proposta do protestantismo de que a riqueza seria um sinal de salvação e que deveria haver um equilíbrio entre conduta humana e prosperidade. Os frutos do trabalhos não deveriam ser voltados para gastos supérfluos e consumismo, mas sim para a acumulação.

Polêmico não? Essa visão entra em conflito direto com as ideias de Karl Marx

domingo, 6 de dezembro de 2020

PET 7 Semana 2 Santo Agostinho

 

Saudações! "Bora" conhecer um pouco mais de Santo agostinho e o seu  filosofar na fé

O neoplatonismo de Plotino (201/270 d.C.) mudou o modo de pensar de Agostinho (354/430 d.C.) levando a romper com o materialismo. Cativado pela fé, seu pensamento adquiriu nova essência, nascia o “filosofar na fé”.

A postura do “credo guia absurdum” (“Creio no absurdo”, pela fé) causava estranheza à Agostinho, pois segundo ele, a fé não substitui ou elimina a razão: A Fé seria um pre-conhecimento em relação à razão, mas esta, pode e deve transpor criticamente as “verdades da fé”.

Para entender essa perspectiva, devemos analisar a “Teoria da iluminação” de Santo Agostinho.

“Como é possível fazer conceitos imutáveis se tudo está em devir?”

Embora o platonismo seja uma forte influência na filosofia de Agostinho, ele não poderia aceitar a teoria do conhecimento do mesmo, A teoria da reminiscência que se baseava em outra vida. Afinal no dogma do cristianismo só há uma vida. Logo, Agostinho formulou sua teoria da iluminação:

Deus no ato da criação nos torna participantes do ser e da verdade sendo ele próprio a fonte da dela. A “suprema verdade” de Deus seria a “luz” que ilumina a mente humana no ato de conhecer.

Outra reflexão filosófica de Agostinho que merece atenção, foi o “problema do mal”: “Se tudo provem de Deus que é bom, de onde surgiu o mal?”

 Superando o dualismo maniqueísta (Crença de que tudo se resume à luta do bem contra o mal) Agostinho formulou três perspectivas acerca do problema do mal: 

1 – Mal metafisico (Ou ontológico): O mal não existe! O que que existe são grãos inferiores de ser em relação à suprema perfeição (Deus);

2 – Mal moral (Pecado): Surge da má contudo do ser humano em relação ao seu livre arbítrio (liberdade);

3 – Mal Físico (Doença, morte etc.): é consequência do mal moral (pecado original).

 Assim, concluímos que “O bem que há em mim é obra tua (Deus) mas o mal que há em mim é fruto do meu pecado”. Agostinho acrescenta que valendo-se exclusivamente de sua força sem a graça de Deus, o homem é vencido pelo pecado.



domingo, 29 de novembro de 2020

PET 7 SEMANA 1 A República de Platão

 Saudações! Já falamos bastante de Platão, lembre clicando aqui: Platão


Contudo, a atividade da SEMANA 1 do PET7 está mais voltada para a República de Platão em si, a concepção de um sociedade ideal, fraterna e justa.

O tema aparece no vídeo da postagem focada em Platão (Que coloquei o link acima), então vou acrescentar dois novos voltados exclusivamente para a questão da obra: 


E segue a indicação do canal "Casa do saber":