domingo, 20 de dezembro de 2020

PET 7 SEMANA 4 Modernidade líquida!

Saudações! E finalmente o simpático Bauman dá as caras no nosso conteúdo!

Vamos lá:  

O simpático Zygmunt, sociólogo polonês, faleceu em janeiro de 2017, aos 91 anos com mais de 50 obras e diversos artigos se dedicam a temas como o consumismo, a globalização e as transformações nas relações humanas.

Baumam é considerado um dos sociólogos de maior influência na atualidade. Não se enquadrava em nenhuma tradição intelectual especifica e isso leva seus escritos para um vasto leque de disciplinas: mídia, cultura, ética, política, filosofia, etc.

A sociedade pós-moderna

Ao refletir sobre a pós-modernidade e discutir as transformações do mundo moderno, o sociólogo usou o termo “modernidade líquida”, ao considerar a “pós-modernidade” um conceito ideológico (Em um sentido amplo, Ideologia é um conjunto de ideias destinadas a orientar a ação das pessoas).

Caracterizado pela industrialização e o capitalismo, desde o final do século XIX, passamos a viver em uma fase chamada “modernidade”. Bauman chamou a primeira fase de “modernidade sólida” e hoje vivemos na “modernidade líquida”.

“Escolhi chamar de ‘modernidade líquida’ a crescente convicção de que a mudança é a única coisa permanente e a incerteza a única certeza”

O “líquido” é uma metáfora para ilustrar o estado das constantes mudanças da modernidade: facilmente moldáveis e adaptáveis além de manter suas propriedades originais. Para Bauman, as formas de vida moderna se assemelham pela vulnerabilidade e “liguidez”, incapazes de manter a mesma identidade por muito tempo, o que reforça esse estado temporário das relações sociais.

Ser moderno significava buscar um ponto de perfeição e hoje representa o progresso constante, sem uma meta especifica a ser conquistada, pois nada é feito para durar.

 A sociedade do consumo

Bauman observa que saímos de uma sociedade de produção para a sociedade de consumo.  O que levou ao novo sentido do ato de consumir:

Enquanto ideologias e instituições se tornaram instáveis, o consumo se tornou um elemento central na formação da identidade.

“Consumir” passou a ter um peso primordial na construção da personalidade individual não sendo mais pura satisfação de necessidades.

 O “ter” tornou-se mais importante que o “ser”. O desejo de um reconhecimento perante os outros agora está ancorado em “Marcas” e grifes que se tornam um símbolo de quem somos além da ostentação de um “status social”.

 “O problema não é consumir; é o desejo insaciável de continuar consumindo”

Temos inúmeras possibilidades de escolha e consumimos produtos que identifiquem um determinado estilo de vida e comportamento.  De certa maneira, temos acesso a tudo o que queremos, antagonicamente, as coisas se tornam rapidamente obsoletas.

O consumo vai além de bens matérias, uma vez que não há mais os “guias” que definiam a personalidade na fase da modernidade sólida, hoje, as pessoas buscam “orientação”, daí uma crescente busca por aqueles que podem instruir e caminhar, “coach’s”, terapeutas sexuais, psicanalistas, gurus etc.

O indivíduo na sociedade:

 A passagem da sociedade de produção para a sociedade de consumo para Bauman, fez com que nós deixássemos de pensar em termos de comunidade/coletivo, levando o significado e propósito da vida, da felicidade a tudo aquilo que acontece com cada pessoa individualmente.

 “A ideia de progresso foi transferida da ideia de melhoria partilhada para a de sobrevivência do indivíduo”.

 Logo, a sociedade contemporânea, caracteriza-se pelo individualismo e a efemeridade das relações diante da “fluidez”.

 Buscamos a felicidade, uma busca estritamente individual, criamos uma ansiedade para tê-la e esse estado de “prazer” é algo desejado, mas é uma sensação passageira e requer um estímulo contínuo.

Outra característica do indivíduo diante da sociedade atual é de maior emancipação em relação as gerações anteriores. Contudo, essa sensação de liberdade ao poder agir mais conforme o seus próprios desejos carrega a responsabilidade por seus problemas, o que não gerou um estado de satisfação.

 A Política:

O fim do modelo do Estado de Bem-Estar Social na Europa demonstra como o “Estado” perdeu força. Os serviços públicos estão sucateados e se deterioram levando muitas funções que eram do Estado, para a iniciativa privada, tornando-as responsabilidade dos indivíduos.  Assim, fica nítido que na modernidade líquida, existe uma maior separação do poder e a política.

Nesse contexto, ocorre a crise democrática pois os indivíduos começam a desacreditar da política. Afinal, as desigualdades sociais aumentam e os indivíduos devem lutar para se inserir nessa sociedade cada vez mais desigual. Os empregos mais instáveis levam as pessoas a não poderem planejar seu futuro a longo prazo.

 Bauman rompe com os conceitos de Marx: Não existe mais o “proletariado”, mas sim, o “precariado”, termo que se refere a pessoas cada vez mais escolarizadas (Exigência da modernidade), mas com empregos precários e instáveis. Logo, o que existe hoje em dia, é a luta de cada pessoa com a sociedade, não mais a “luta de classes”.

Toda essa instabilidade nos leva à insegurança, que por sua vez, seria parte estrutural da constituição do sujeito na pós modernidade, pois no mundo líquido, a sensação de segurança também é fluida ...

 "O medo é o demônio mais sinistro do nosso tempo"

 


 

 

 

 

 

domingo, 13 de dezembro de 2020

PET 7 SEMANA 3 Max Weber e a Ética protestante

Saudações! 

E não, não é Sociologia, estamos na Filosofia mesmo para abordar Max Weber:  


Considerado um dos autores mais influentes entre os pensadores da Sociologia Max Weber nascido em Efurt, na Alemanha (1864-1920) foi um dos fundadores da Associação Alemã de Sociologia.  Foi um intelectual, 
jurista e economista

Logo, seus trabalhos voltam-se para as mais diversas áreas, do pensamento político, do Direito, da História à Economia.

Essa característica acabou tornando-se altamente valorosa por razões obvias: O mundo social está ancorado direto com todos esses ramos que Weber dedicou seus trabalhos.

A génese do capitalismo moderno

Sua obra mais famosa são os dois artigos que compõem “A ética protestante e o espírito do capitalismo”, com o qual começou suas reflexões sobre a sociologia da religião.

Weber argumentou que a religião era uma das razões não-exclusivas do porquê as culturas do Ocidente e do Oriente se desenvolveram de formas diversas, demonstrando a importância de algumas características do protestantismo, que levariam ao nascimento do capitalismo

O capitalismo teria sua gênese na ideologia puritana e no calvinismo.

No século XVI a igreja perde o monopólio religioso na Europa, diante do protestantismo surge novas concepções culturais que seria a gênese do capitalismo segundo weber:

Notando que havia uma presença significativa de empreendedores e mão de obra mais qualificada entre os protestantes, Weber fez uma relação da esfera religiosa e as transformações da economia.

A explicação disso seria o “chamado” protestante

Pois enquanto a igreja católica encorajava uma visão da vida cotidiana e do trabalho como algo mundano, o protestantismo cobrava a responsabilidade do indivíduos no mundo.

Isso, porque com Lutero (1483-1546), vem a visão do cumprimento das atividades cotidianas como uma demonstração de reverência a Deus. Associando a ideia de ganhar o sustento e cumprir o dever religioso.

Essa perspectiva ganha força com Joao Calvino (1509 1564), que sustentando a ideia de um deus que tudo vê e sabe, nos leva a concepção de que os indivíduos estão ‘predeterminados” à salvação, mas não se sabe quem serão os “eleitos”;

Logo, surgiu uma “ansiedade pela salvação” segundo Weber, que culminou na adesão à noção de que os mais esforçados no trabalho, autocontrolados empreendedores etc, seriam os “recompensados”.

O inverso da ética protestante está representado em pecados com a preguiça e indolência, que por sua vez levam o indivíduo a fracassar e não prosperar.

Assim, Weber concluiu que o desenvolvimento do capitalismo está enraizado na proposta do protestantismo de que a riqueza seria um sinal de salvação e que deveria haver um equilíbrio entre conduta humana e prosperidade. Os frutos do trabalhos não deveriam ser voltados para gastos supérfluos e consumismo, mas sim para a acumulação.

Polêmico não? Essa visão entra em conflito direto com as ideias de Karl Marx

domingo, 6 de dezembro de 2020

PET 7 Semana 2 Santo Agostinho

 

Saudações! "Bora" conhecer um pouco mais de Santo agostinho e o seu  filosofar na fé

O neoplatonismo de Plotino (201/270 d.C.) mudou o modo de pensar de Agostinho (354/430 d.C.) levando a romper com o materialismo. Cativado pela fé, seu pensamento adquiriu nova essência, nascia o “filosofar na fé”.

A postura do “credo guia absurdum” (“Creio no absurdo”, pela fé) causava estranheza à Agostinho, pois segundo ele, a fé não substitui ou elimina a razão: A Fé seria um pre-conhecimento em relação à razão, mas esta, pode e deve transpor criticamente as “verdades da fé”.

Para entender essa perspectiva, devemos analisar a “Teoria da iluminação” de Santo Agostinho.

“Como é possível fazer conceitos imutáveis se tudo está em devir?”

Embora o platonismo seja uma forte influência na filosofia de Agostinho, ele não poderia aceitar a teoria do conhecimento do mesmo, A teoria da reminiscência que se baseava em outra vida. Afinal no dogma do cristianismo só há uma vida. Logo, Agostinho formulou sua teoria da iluminação:

Deus no ato da criação nos torna participantes do ser e da verdade sendo ele próprio a fonte da dela. A “suprema verdade” de Deus seria a “luz” que ilumina a mente humana no ato de conhecer.

Outra reflexão filosófica de Agostinho que merece atenção, foi o “problema do mal”: “Se tudo provem de Deus que é bom, de onde surgiu o mal?”

 Superando o dualismo maniqueísta (Crença de que tudo se resume à luta do bem contra o mal) Agostinho formulou três perspectivas acerca do problema do mal: 

1 – Mal metafisico (Ou ontológico): O mal não existe! O que que existe são grãos inferiores de ser em relação à suprema perfeição (Deus);

2 – Mal moral (Pecado): Surge da má contudo do ser humano em relação ao seu livre arbítrio (liberdade);

3 – Mal Físico (Doença, morte etc.): é consequência do mal moral (pecado original).

 Assim, concluímos que “O bem que há em mim é obra tua (Deus) mas o mal que há em mim é fruto do meu pecado”. Agostinho acrescenta que valendo-se exclusivamente de sua força sem a graça de Deus, o homem é vencido pelo pecado.



domingo, 29 de novembro de 2020

PET 7 SEMANA 1 A República de Platão

 Saudações! Já falamos bastante de Platão, lembre clicando aqui: Platão


Contudo, a atividade da SEMANA 1 do PET7 está mais voltada para a República de Platão em si, a concepção de um sociedade ideal, fraterna e justa.

O tema aparece no vídeo da postagem focada em Platão (Que coloquei o link acima), então vou acrescentar dois novos voltados exclusivamente para a questão da obra: 


E segue a indicação do canal "Casa do saber":




domingo, 22 de novembro de 2020

PET 6 SEMANA 4 Paulo Freire

 Saudações! As questões de educação e reflexão crítica da realidade nos levam à Paulo Freire (1921 – 1997).


Segundo ele, o homem é um ser de relações, está no mundo e com o mundo, ele interage como ser social “com os outros” (abertura) e histórico (temporaliza-se). Nesse sentido, a educação deve ajudar o homem a compreender sua “ontológica vocação de sujeito”, pois o homem essencialmente é um ser de interação. Na perspectiva existencialista que concebe o homem como um ser inacabado, um ser em construção, Freire demonstra que ao se saber inacabado, o homem se educa, afinal não haveria educação se o homem fosse um ser concluído, O homem reflete sobre si e sua incompletude o leva a uma constante busca, o que seria a raiz da educação.

 Pedagogia Progressista Libertadora

Paulo Freire nos propõe em sua Pedagogia Progressista Libertadora, a conscientização dos educandos superando a tendência alienante de uma “educação bancária” que visa o aluno como mero depósito de conhecimentos. Uma vez consciente de si e dos problemas da sociedade em que se encontra, o homem abre as portas para uma reflexão mais crítica e consequentemente transformadora do mundo.

A Pedagogia Progressista sustenta as finalidades sociopolíticas da educação. A escola não pode ser considerada como apenas um local de transmissão de saberes. Ela deve despertar uma visão mais crítica do educando frente à realidade em que se encontra, daí ser uma educação crítica e transformadora.

 Libertadora porque o homem uma vez consciente torna-se “sujeito de sua ação”, compreendendo a si mesmo e a realidade em que se encontra, ele age de forma crítica e autêntica, livre das algemas da alienação e da ideologia

É portante salientar que nos últimos tempos, surgiu uma crítica a Freire o sentido de suas ideias serem “doutrinadoras” em uma perspectiva marxista. Contudo, basta algum estudo sobre seu método e nos deparamos com o oposto de “doutrinação”. É óbvio que há influência de Marx nas ideias de Freire, mas desenvolver pensamento crítico é antagônico à ideia de doutrinar um sujeito.

Matérias como Sociologia e Filosofia, estão calcadas essencialmente no desenvolvimento do pensamento autônomo dos estudantes.  A complexidade dos assuntos tratados pela abordagem sociológica ou filosóficas tornam-se desafiadoras para o profissionais na sua tarefa de proporcionar meios para que os estudantes consigam compreender ideias, teorias e conceitos.

Despertar o interesse do aluno para o novo mundo de conhecimento que se apresenta é uma tarefa complexa, pois além da infinitas distrações da modernidade, podemos ressaltar que o estudo em si é desvalorizado por muitos em uma tendência pragmática (que contém considerações de ordem prática; prático, realista, objetivo). Mas pensem, desenvolver a mente para compreensão da realidade de forma crítica e consciente não seria extremamente útil? Seja para a sociedade que carece de racionalidade, seja para o indivíduo em si que torna-se livre das amararas das ideologias nocivas à vida autentica.

Percebe-se que a ideia da disciplina está muito ligada a emancipação do estudante, ou seja, da “liberdade” e senso crítico do mesmo.




domingo, 15 de novembro de 2020

PET 6 SEMANA 3 Freud

 


Saudações! 

Freud deu as caras! Para tal, deixo a recomendação de uma série de vídeos que abordam os conceitos básicos, vale a pena!


Já a segunda parte, vem um texto referindo-se à Platão e sua alegoria da caverna, para tal, relembre os conceitos clicando aqui

domingo, 8 de novembro de 2020

PET6 SEMANA 2 - PEDRO ABELARDO

Saudações!

Se quiserem contextualizar, eu abordei o período da Filosofia medieval aqui: 

PET 5 = 2 TEORIA DO CONHECIMENTO NA IDADE MÉDIA


E se quiserem conhecer um pouco mais da história do Pedrão, olha esse babado:



Rendeu um filme: 


Se desejam o PET destrinchado, um colega de profissão o fez e eu o indico aqui: 



Atividade do PET: 

01 – Leia o fragmento da obra Lógica para principiantes, de Pedro Abelardo.

“Uma palavra universal, entretanto, é aquela que é apta pela sua descoberta para ser predicada singu- larmente de muitos seres, tal como este nome homem, que se pode ligar com os nomes particulares dos homens segundo a natureza das coisas sujeitas (substâncias) às quais foi imposto.”

ABELARDO, P. Lógica para principiantes. Tradução de Ruy Afonso da Costa Nunes. São Paulo: Nova Cultural, 1988,

p. 230. Coleção “Os pensadores” grifos do autor.

Para Abelardo, a palavra universal:

      Por si mesma, não existe, mas se refere a seres reais e designa uma pluralidade de indivíduos semelhantes, o que é constatado no nome homem.





segunda-feira, 2 de novembro de 2020

PET 6 SEMANA 1 Liberdade e Determinismo (Diógenes)

 Saudações! 

O tema do PET 6 segue a questão da liberdade e Determinismo Algo que já vimos, relembre clicando aqui) . Contudo, em uma perspectiva psicológica ou ideológica, o que está alinhado aos dois últimos temas, Ideologia e Senso comum, reveja uma vez que foram semanas corridas e os dois temas foram abordados simultaneamente.

Para não ficar redundante, vamos aderir a um vídeo bacana cujo o tema apareceu no PET dessa semana, Diógenes:




domingo, 25 de outubro de 2020

PET 5 - 4 Senso Comum

 


Já vimos que na busca por explicações para poder “compreender o mundo”, o homem desenvolveu “formas” de conhecimento, um primeiro momento nessa jornada foi o pensamento mítico ou simplesmente o “Mito”.

Posteriormente ao questionar os mitos de forma racional, nasceu a Filosofia como busca da verdade.

Essa busca por sua vez geral as próprias ciências (Daí a Filosofia ser a mãe das ciências).

 Mas nem todas as formas de conhecimento se resumem à Mitos, Filosofia ou ciência. Temos também o Senso comum:

 O senso comum ou conhecimento “vulgar” (do “povo”) é um saber espontâneo pois vem de uma primeira compreensão do mundo, baseada na opinião, que não inclui nenhuma garantia de verdade.

O senso comum é herdado, pois designa algumas crenças tradicionais do gênero humano, aquilo em que a maioria dos homens acredita ou devem acredita segundo a cultura em que estão inseridos.

Uma forma de compreender o Senso Comum, talvez seja por meio dos ditados populares. Reflita sobre alguns ...


PET 5 - 3 Ideologia

Em um sentido amplo, ideologia é o conjunto de regras destinadas a orientar a ação das pessoas. Um bom exemplo é a “moda”, que dita o que é bonito e o que as pessoas devem usar, a religião tem sua ideologia, partidos políticos são regidos por ideologias etc.



(Note que todos nós em certo ponto temos alguma “ideologia”)

Já em um sentido político (criticado por Karl Marx) a ideologia seria o conjunto d e uma classe dominante estendida 1à classe dominada visando a manutenção da dominação.

Para o filósofo Antônio Gramsci (1891/1937) a ideologia é historicamente necessária, pois quando incorporada ao senso comum, ajuda a estabelecer o consenso. Assim, em um primeiro momento ela tem aspecto positivo ao conservar a unidade do bloco social.

Contudo, seguindo a crítica de Marx, Gramsci vai apontar que em um segundo momento ocorrera a hegemonia de uma classe que passara a dominar, a ideologia então passa a refletir os interesses dessa classe dominante. Logo, será necessária que a classe subalterna desenvolva o seus “intelectuais” a fim de constituírem uma visão coerente e mais crítica de mundo por parte dos “dominados”.

Em suma, se a ideologia é um conjunto de ideias que dizem como as pessoas devem agir e pensar ela pode ser usada eventualmente para “escravizar” a mente das pessoas.

Será que uma pessoa usou uma determinada roupa por ter gostado dela ou por ser levado a entender que aquilo é bonito e necessário? Bem sabemos que a mídia tem esse poder de nos “vender” um produto ou criar na cabeça das pessoas a necessidade de ter determinado produto.

Com tudo isso em mente, porque a ideologia seria então “anti-filosofia”?

 Se a ideologia é uma resposta pronta de como você deve agir e pensar, a Filosofia quer a atitude crítica, de pensamento autônomo ou seja: Que você pense por você mesmo! Então, que use aquela roupa por escolher isso e não por ser condicionado/manipulado a querer usar aquilo.

 E o como isso está ligada à educação? Qual a importância da filosofia na escola? 

Recomendo u texto de minha autoria, clique e veja: 

Não adianta de nada ser crítico só quando te convém

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

PET 5 = 2 - Hedonismo


Finalmente algo novo! Hedonismo, a filosofia de Aristipo de Cirene (435-335 a.C) que sustenta  o "prazer" (Henonê)  como o bem supremo da vida humana.

Em suma: Sustentava que nossa existência tramita entre o prazer e a dor, logo a felicidade é a busca do prazer e o distanciamento da dor.

Mas como está bem claro na atividade do PET, quero ampliar o tema para outra corrente filosófica:

O Hedonismo é confundido com Epicurismo, este por sua vez também é muito mal interpretado como uma filosofia puramente ligada aos prazeres do corpo, daí a necessidade de conhecer um pouco mais dele também, veja o excelente video do canal Epifania Experiência:



domingo, 18 de outubro de 2020

PET 5 = 1 - Dogmatismo

Saudações!

No texto da SEMANA 1 do PET 5, estamos diante do Dogmatismo, que na perspectiva filosófica significa a certeza de que os seres humanos são capazes de atingir um conhecimento verdadeiro e pleno da realidade.

A groso modo, podemos entender que o Dogmatismo é a certeza da verdade, um dogmático é aquele que acha que sabe a "verdade absoluta", não admite dúvidas ou questionamentos.

Isso está relacionado com a questão da Verdade e validade que já discutimos, relembre clicando aqui.

Devemos ressaltar que a atitude filosofia é cética (No sentido do questionamento e dívida), ela busca a verdade, portando não dogmática. Afinal. se encontramos a verdade absoluta, a própria filosofia morreria pois não haveria mais o que buscar.


Quero indicar um texto meu intitulado "Toda opinião merece respeito?" (Veja clicando aqui)


ATIVIDADE do PET:

1 Já comentamos que Kant criticou a pretensão da metafisica de acreditar que se pode chegar à verdade, Segundo ele, existem coisas que estão além da capacidade de entendimento humano, como por exemplo Deus.

2

A) Na política, vemos dogmatismo mais claramente em ditaduras impondo censura e em regimes teocráticos. (A censura por exemplo, basea-se muitas vezes no que é "correto" e "moral")

B) O método cientifico é a busca da comprovação, o senso comum é um saber acritico, ou seja, se em um houve as experiências que comprovam a eficácia de um remédio para que ele seja dado ao paciente, o senso comum lida com o que ele "acha" que funciona.

domingo, 27 de setembro de 2020

SEMAN 4 PET 4 Resolução da atividade

Saudações!

Novamente Heidegger dá as caras no PET, conhecemos ele (Clique aqui) e deixei até um video explicando sobre sua teoria básica (Clique aqui).

Vou ajuda-los a resolver a atividade 1 que é bem complexa:

As frases que resumem, de forma objetiva, os paradigmas do pensamento filosófico ao longo da história são: (Definir se é correta ou incorreta)

Todo Edifício Filosófico busca o entendimento da realidade, o como a vida e a realidade tiveram a sua origem e por fim qual e o significado do nosso estar ai no mundo. Observando a historia humana e a evolução do pensamento, podemos afirmar que:

I - A primeira explicação que o homem encontra para explicar a realidade, esta nos Mitos, que com a auto percepção e analise da realidade passa a ser o logos.

Correta, vimos que antes da própria Filosofia (saber racional) o Ser humano era amparado pelo conhecimento dos Mitos

II - O advento do Messias Cristao (Jesus Cristo) aproxima o homem da divindade e o faz refletir sobre o seu ser e agir aos olhos da fe.

Correta, na matéria "Filosofia cristã", aprendemos sobre todo impacto que a fé cristã teve na filosofia e sua reflexão sobre o sentido da vida, tudo ancorado na fé.

III - O Teocentrismo, possuiu uma grande preocupação com a vida humana, abominando instituições e poderes, fazendo com que o homem buscasse a sua plenitude.

Na história percebemos que o poder passa a dominar muitas vezes se apoiando na fé, teocêntrico é deus no centro de tudo. A religião se institucionaliza, mescla-se ao governo e por ai vai ... portando, incorreta)

IV - O Racionalismo rompe com antigas tradições que inibiam a evolução das ciências, desmistificando a Natureza e centralizando o homem, como eixo principal da reflexão.

Com certeza correta! vimos em Modernismo como a exaltação da razão, implica no nascimento inclusive da ciência e seu método. inclusive como  igreja barrava os novos questionamentos mas não pode conter a evolução do conhecimento. 

V - O Existir e hoje a preocupação principal da humanidade, que busca uma ressignificação em seu estar ai, vivendo a liberdade, de forma desordenada e claro egoísta.

Essa é polemica, testemunhamos como as coisas vão mal, inclusive na questão de falta de empatia, humanidade, respeito etc ... de modo a concordar com a afirmação ... Contudo, podemos dizer que TODOS são egoístas? todos vivem sua liberdade e não respeitam o outro? Acredito que para não cair na falácia da generalização, devemos considerar essa afirmação como incorreta.

As demais questões são totalmente pessoais ... Divirta-se rs

domingo, 20 de setembro de 2020

SEMANA 3 PET 4 - Ser livre


Comentamos sobre a dicotomia entre Liberdade e determinismo, lembre clicando aqui. Em Heidegger, vimos  a perspectiva de que a esfera da liberdade se dá por meio da consciência (lembre clicando aqui).

Já o tema da SEMANA 3 do PET 4 , foca justamente a ilusão da liberdade, ou seja,  a ideia de que estamos fazendo escolhas livres, mas que no final das contas, podemos estar sendo induzidos a fazer certas escolhas, algo que eu já abordei ao falar de Filosofia e Ideologia:

Em um sentido amplo, ideologia é o conjunto de regras destinadas a orientar a ação das pessoas. Um bom exemplo é a “moda”, que dita o que é bonito e o que as pessoas devem usar, a religião tem sua ideologia, partidos políticos são regidos por ideologias etc. (Note que todos nós em certo ponto temos alguma “ideologia”)

Já em um sentido político (criticado por Karl Marx) a ideologia seria o conjunto d e uma classe dominante estendida 1à classe dominada visando a manutenção da dominação.

Para o filósofo Antônio Gramsci (1891/1937) a ideologia é historicamente necessária, pois quando incorporada ao senso comum, ajuda a estabelecer o consenso. Assim, em um primeiro momento ela tem aspecto positivo ao conservar a unidade do bloco social.

Contudo, seguindo a crítica de Marx, Gramsci vai apontar que em um segundo momento ocorrera a hegemonia de uma classe que passara a dominar, a ideologia então passa a refletir os interesses dessa classe dominante. Logo, será necessária que a classe subalterna desenvolva o seus “intelectuais” a fim de constituírem uma visão coerente e mais crítica de mundo por parte dos “dominados”.

Em suma, se a ideologia é um conjunto de ideias que dizem como as pessoas devem agir e pensar ela pode ser usada eventualmente para “escravizar” a mente das pessoas: Será que uma pessoa usou uma determinada roupa por ter gostado dela ou por ser levado a entender que aquilo é bonito e necessário? Bem sabemos que a mídia tem esse poder de nos “vender” um produto ou criar na cabeça das pessoas a necessidade de ter determinado produto.

(A Escola de Frankfurt tinha a preocupação em estudar a vida social e compor uma teoria crítica da sociedade como um todo. Denunciaram o que ficou conhecida como “teoria de massa”, termo que descreve a sociedade cujo avanço tecnológico é colocado a serviço da lógica capitalista enfatizando o consumo e a diversão como formas de apaziguar os problemas sociais.)

Hoje em dia, temos o fenômeno das Bolhas sociais: 


Uma palavrinha minha: https://youtu.be/ZlWi5oK6Xqg

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

SEMANA 2 PET 4 Heidegger e "O ser no mundo"

 Saudações!

Parece que novamente eu me adiantei, ao falar um pouquinho a mais de Heidegger na segunda semana do PET Vol III, eu acabei explicando tudo o que aparece na atividade dessa semana, veja clicando aqui

Vimos que: Para o filosofo Heidegger, o homem não é como as coisas e animais, seu existir a que chamou de Dasein (Ser aí) caracteriza-se por “ser no mundo” mas não se reduzir a isso, A “Angustia” é um acontecimento do ser livre.

Para não passar batido, vou deixar uma animação legendada que elucida mais ainda o assunto: 



quarta-feira, 9 de setembro de 2020

SEMANA 1 PET 4 - Platão

 


Sócrates que é considerado o Pai da Filosofia por muitos, não deixou nada escrito, tudo o que sabemos dele está principalmente nos diálogos de Platão (427/347 a.C).

(Se quiser saber mais sobre Sócrates veja clicando aqui )

Há duas teorias famosas que podemos atribuir ao Platão:

A teoria do Governante filósofo;

A teoria do mundo das ideias perfeitas ilustrada na famosa "Alegoria da Caverna": Teoria segundo a  qual as coisas que vemos não constituem a verdade , são apenas "aparências", sombras da verdadeira realidade . O real são as ideias das coisas e tudo o que vemos, são "cópias" dessas ideias perfeitas.

Complicado? pense no "amor", enquanto "ideia" o amor não é perfeito? Mas na realidade, nesse mundo material, você vai encontrar o amor tão perfeito quanto a ideia de amor?

(Agora você entende o conceito de "Amor platônico": É aquele que só existe na cabeça da pessoa)

Um vídeo para elucidar essa história toda:


Outro vídeo para contextualizar:



segunda-feira, 24 de agosto de 2020

SEMANA 4 A Diversidade dos saberes (Arte, Kant e Escola de Frankfurt)

 Saudações! Nosso ultimo conteúdo abordou a diversidade dos saberes deixando por fim a questão da "Arte" como forma de conhecimento:


A Estética é um ramo da filosofia que reflete sobre o conceito do Belo. Dentro desse conceito você vai ter duas posições: "Gosto é gosto" e não existe uma ideia universal do belo, sendo portando , algo subjetivo (Lembram-se dos Sofistas?) e outra posição é a de que exista sim conceitos universais.

Nessa segunda vertente o PET 3 Semana 4 apresenta o argumento do filósofo alemão Immanuel Kant, que já vimos por aqui defendendo a ideia de "valores universais". logo, na questão d arte não seria diferente: 

"Para Kant, apesar da subjetividade do gosto, a necessidade de universalizar o juízo de gosto a partir da adesão de outros sujeitos a um mesmo julgamento".

Sustentou que uma ideia considerada bela, surge antes, A educação seria responsável pela compreensão da arte e a partir daí, a formação do gosto.

(Há um documentário na Netflix da série Explicando que mostra que até nossos gostos sexuais podem ser puramente ... "construções culturais", basta ver o padrão de beleza de cada cultura ... Curioso? confere lá)

A crítica da Escola de Frankfurt

A arte tem um poder sobre as pessoas e seu modo de pensar:

A Escola de Frankfurt é o nome dado ao grupo de pensadores  alemães do Institudo de pesquisa social de Frankfurt (1920).


Sua produção ficou conhecida como “teoria crítica. Pois apesar da diferença entre os pensamentos de Adorno, Marcuse, Habermas  etc. Todos eles tinham a preocupação em estudar a vida social e compor uma teoria crítica da sociedade como um todo.


Influências? O ponto de partida desses pensadores foi uma releitura do Marxismo... e a teoria freudiana que trouxe a tona, novos elementos sobre o psiquismo das pessoas. Mas há também outras influências como Hegel, Kant e Max Weber.


Em suma, a Escola de Frankfurt concentrou os seus interesses na análise da “cultura de massa”.


Termo que descreve a sociedade atual cujo avanço tecnológico é colocado a serviço da lógica capitalista. Enfatizando o consumo e a diversão como formas de apaziguar os problemas sociais.





A televisão tinha enorme poder na época desses pensadores, mas o que mudou de lá para cá?




segunda-feira, 17 de agosto de 2020

SEMANA 3 A Diversidade dos saberes

Saudações! Embora o tema seja a diversidade dos saberes, a SEMANA 3 do PET 3 foca a Arte, que é uma forma de conhecimento.

Vou explicar a questão da diversidade dos saberes e na próxima semana nos voltamos para a Arte Uma vez que no próprio PET as  semanas 3 e 4 estão juntas:


Na busca por explicações sobre a natureza e mundo. O ser humano adotou “formas de conhecer”: O mito, a própria Filosofia, a Ciência e o Senso comum.

Já comentamos alguns detalhes sobre essa questão e agora vamos aprofundar um pouco mais:

 1 - O Mito

No início dos tempos o homem começou a refletir e desenvolveu naturalmente a necessidade de explicar o mundo.

Tanto sua capacidade de raciocinar, quanto seu conhecimento dos fatos eram limitados e escassos, apresentando, assim, explicações que não eram totalmente corretas.

Estas explicações repletas de fantasias e erros deram origem aos mitos. Estes explicavam o desconhecido com base na experiência particular de cada comunidade. 

(Ícaro)

A partir da constatação de que os mitos não eram suficientes para responder às necessidades humanas de conhecimento, surgiram as explicações filosóficas...

 2 – Filosofia

Com o questionamento dos Mitos, consequentemente não havia mais lugar para explicações ilógicas e para forças divinas. A questão era estabelecer uma explicação racional da realidade.

Embora possa se falar em uma filosofia Hindu e chinesa foi a “atitude grega” que gerou a Filosofia tal como a conhecemos. A Grécia é tida como o berço da filosofia por que lá que surgiu os primeiros filósofos e os conceitos que definem filosofia até hoje.

Assim, a filosofia caracteriza-se como uma atitude, a “busca racional da verdade”.


3 – Ciência

            À medida que o conhecimento humano se desenvolvia, o homem foi capaz de fazer Ciência.

A ciência proporcionou uma compreensão menos “teórica” e mais “prática”, daí uma ilusão foi gerada: Que a Ciência havia superado a Filosofia tal como esta teria feito com o Mito. Contudo, devemos lembrar que só atingimos essa “Ciência” através da busca constante pelo saber, o que caracteriza a atitude filosófica.

Mas um preconceito foi gerado de que a Filosofia era um “passatempo” de “loucos” e a ciência como “verdadeiro” saber.

A divisão da Filosofia

            Se a ciência surgiu como consequência da busca da filosofia pela verdade, sendo mais “prática”, o que restou à Filosofia?

Vimos que existem um a série de questões que não podem receber o tratamento da ciência e seu método.

Assim, a reflexão filosófica se faz presente sobre uma tríplice problemática:  

·         Problemas que não podem ser resolvidos pelo método cientifico, as questões da Metafisica ou ontologia.

·         Questões especificas do conhecimento, Epistemologia ou gnosiologia;

·         Os problemas derivados da ação humana e sua libertada, a axiologia, Ética e moral.

 

Essa última, está diferentemente ligada ao papel da filosofia em relação à ciência hoje em dia: “Seu compromisso repousa na investigação dos fins e das prioridades a que a ciência se propõe, Na análise das condições em que se realizam as pesquisas e nas consequências das técnicas utilizadas”

 4 - O Senso comum:

Já percebemos que o ser humano tem necessidade de conhecer o meio em que vive. Contudo, Nem todo conhecimento adquirido vem da escola.

Ao saber da vida cotidiana, herdado por nós na cultura em que nascemos, chamamos de “vulgar” ou “Senso comum”.

 O Senso comum caracteriza-se por ser:

 ·         Assistemático: Adquirir-se ao acaso sem ordem técnica;

 ·         Acrítico: Não admite dúvidas, supõe que as coisas sejam como são aparentemente;

 ·         Impreciso e autocontraditório: A imprecisão leva ao senso comum a ser contraditório.

Diante dessas características, percebemos que a reflexão filosófica critica o Senso comum, ou seja, reflete sobre ele e melhora nossos conceitos.

 5 – Arte

Todos os saberes são manifestações do espírito humano, sem dúvida a “Arte” também é um a forma de conhecimento.

Ao refletir sobre a arte de um período ou cultura, podemos compreender o modo de pensar e crenças da mesma ... (Continua)